"A
aprendizagem ao longo da vida tornou-se uma necessidade de todos os cidadãos.
Precisamos de desenvolver as nossas aptidões e competências ao longo das nossas
vidas, não apenas para a nossa realização pessoal e a nossa capacidade de
participar ativamente na sociedade em que vivemos, mas também para sermos
capazes de ter êxito num mundo laboral em constante mudança." Ján Figel’
Isto significa
que cada
cidadão terá de dispor de um amplo leque de competências essenciais para se
adaptar com flexibilidade a um mundo em rápida mutação e altamente interligado.
As
competências essenciais são aquelas que são necessárias a todas as pessoas para
a realização e o desenvolvimento pessoais, para exercerem uma cidadania ativa,
para a inclusão social e para o emprego.
O
Quadro de Referência Europeu estabelece oito competências essenciais:
1) Comunicação na língua materna
- A comunicação na língua materna é a
capacidade de expressar e interpretar conceitos, pensamentos, sentimentos,
factos e opiniões, tanto oralmente como por escrito (escutar, falar, ler e
escrever), e de interagir linguisticamente deforma apropriada e criativa em
todas as situações da vida social e cultural: na educação e formação, no
trabalho, em casa e nos tempos livres.
2) Comunicação em línguas estrangeiras
- assenta na capacidade de compreender, expressar e
interpretar conceitos, pensamentos, sentimentos, factos e opiniões tanto oralmente
como por escrito (escutar, falar, ler e escrever) em diversas situações da vida
social e cultural (na educação e formação, no trabalho, em casa e nos tempos
livres), consoante as necessidades ou os interesses de cada um. A comunicação
em línguas estrangeiras requer também aptidões como a mediação e a compreensão intercultural.
O grau de proficiência de cada pessoa será distinto nas quatro dimensões (escutar,
falar, ler e escrever) e variará também em função das diferentes línguas e do contexto
social e cultural, do ambiente, das necessidades e/ou dos interesses de cada
um.
3) Competência matemática - é a capacidade de desenvolver e aplicar um raciocínio matemático para
resolver problemas diversos da vida quotidiana. Partindo de um domínio sólido
da numeracia, o acento recai nos processos e na atividade, assim como no
conhecimento. A competência matemática envolve, em graus diferentes, a
capacidade e a vontade de empregar os modos matemáticos de pensamento (raciocínio
lógico e espacial) e de representação (fórmulas, modelos, construções, gráficos,
diagramas). Competências básicas em ciências e
tecnologia - refere-se à
capacidade e à vontade de recorrer ao acervo de conhecimentos e metodologias
utilizados para explicar o mundo da natureza, a fim de colocar questões e de
lhes dar respostas fundamentadas. A competência em tecnologia é vista como a
aplicação desses conhecimentos e metodologias para dar resposta aos desejos e
necessidades humanos. A competência em ciências e tecnologia implica a
compreensão das mudanças causadas pela atividade humana e da responsabilidade
de cada indivíduo enquanto cidadão.
4) Competência digital - envolve a utilização segura e crítica das
tecnologias da sociedade da informação (TSI) no trabalho, nos tempos livres e na
comunicação. É sustentada pelas competências em TIC: o uso do computador para
obter, avaliar, armazenar, produzir, apresentar e trocar informações e para
comunicar e participar em redes de cooperação via Internet.
5) Aprender a aprender - é a capacidade de iniciar e prosseguir uma
aprendizagem, de organizar a sua própria aprendizagem, inclusive através de uma
gestão eficaz do tempo e da informação, tanto individualmente como em grupo. Esta
competência implica também que o indivíduo tenha consciência do seu próprio
método de aprendizagem e das suas próprias necessidades, identificando as
oportunidades disponíveis, e que tenha a capacidade de ultrapassar os obstáculos
para uma aprendizagem bem sucedida. Esta competência significa adquirir, processar
e assimilar novos conhecimentos e aptidões e saber procurar e fazer uso de
aconselhamento. Aprender a aprender obriga os aprendentes a apoiarem-se nas
experiências de vida e de aprendizagem anteriores a fi m de aplicarem os novos
conhecimentos e aptidões em contextos variados — em casa, no trabalho, na
educação e na formação. A motivação e a confiança são elementos fundamentais
para a aquisição desta competência.
6) Competências sociais e cívicas - Estas competências incluem as competências pessoais,
interpessoais e interculturais, e abrangem todas as formas de comportamento que
permitem ao indivíduo participar de forma eficaz e construtiva na vida social e
laboral, em particular em sociedades cada vez mais heterogéneas, e resolver
conflitos quando necessário. As competências cívicas permitem ao indivíduo
participar plenamente na vida cívica, com base no conhecimento dos conceitos e
das estruturas sociais e políticas e numa participação cívica ativa e
democrática.
7) Espírito de iniciativa e espírito
empresarial - referem-se à
capacidade de os indivíduos passarem das ideias aos atos. Compreendem a
criatividade, a inovação e a assunção de riscos, bem como, a capacidade de
planear e gerir projetos para alcançar objetivos. Esta competência é útil aos
indivíduos, não só na vida de todos os dias, em casa e na sociedade, mas também
no local de trabalho, porque os torna conscientes do contexto do seu trabalho e
capazes de aproveitar as oportunidades, e serve de base à aquisição de outras
aptidões e conhecimentos mais específicos de que necessitam os que estabelecem
uma atividade social ou comercial ou para ela contribuem. Tal deveria incluir a
sensibilização para os valores éticos e o fomento da boa governação.
8) Sensibilidade e expressão culturais
- Apreciação da importância da expressão criativa de
ideias, das experiências e das emoções num vasto leque de suportes de
comunicação, incluindo a música, as artes do espetáculo, a literatura e as
artes visuais.